quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Bibliografia de Luís de Sttau Monteiro

 
Luis de Sttau Monteiro nasceu em Lisboa, em 3 de Abril de 1926.
Aos 13 anos foi viver para Londres, onde o seu pai desempenhava as funções de embaixador.  O tempo que aí passou terá condicionado muitos aspectos da sua formação estética e literária e viveu de perto a tragédia da segunda Guerra Mundial.
De regresso a Portugal, licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa, tendo exercido por um breve período de tempo a advocacia.
Foi-lhe atribuído em 1962, o “grande prémio de teatro”.Por várias vezes, foi preso pela PIDE, devido ao cunho irreverente que impôs á sua obra.Fez parte do conselho redactorial de “A Mosca”, suplemento do Diário de Lisboa, onde se celebrizou pela criação da figura de Guidinha.
Trabalhou em publicidade e escreveu também, sobre gastronomia com o pseudónimo de Manuel Pedrosa, foi jornalista, colaborador regular de várias publicações- Diário de Lisboa.
Principais Obras do autor:
  • Um Homem Não Chora, 1960;
  • Angústia para o jantar, 1961; 
  • Felizmente Há Luar! 1961;    
  • Todos os anos pela primavera, 1963;
  • O Barão, 1964;
  •  Auto da Barca do Motor Fora de Borda, 1966;
  • A Guerra Santa, 1967;
  • A Estátua, 1967; 
  • As mãos de Abraão Zacut, 1968;
  • Sua Excelência, 1971;
  • E Se For Rapariga Chama-se Custódia, 1978;
  • Crónica atribulada do esperançoso Fagundes, 1980;
  • Chuva na areia, 1982.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Conclusão

Camões para mim é o maior símbolo que a nação portuguesa pode ter, constitui a síntese da grandeza do nosso país, da sua imensidade, particularmente da língua Portuguesa.
Camões viveu durante o auge de todo o império Português, o que contribuiu para o enaltecimento do povo Lusitano, utilizando o poeta para isso a sua habilidade nata e inigualável. Particularmente aprecio em Camões a sua personalidade poética, por esta ser de uma imensidade expendida, apesar de me recusar a enaltecer a sua personalidade humana, isto é, a sua vida boémia e despreocupada; mas por vezes é no seio de uma vida deplorável que nascem muitos génios. Além do seu retrato ao povo Português, dou um grande apreço as suas tentativas de enunciar o Amor, sentimento considerado bastante paradoxal pelo escritor.
Acredito profundamente que este mítico poeta irá ser relembrado constantemente através das várias gerações Lusitanas e estrangeiras, porque afinal foi ele quem nos visualizou o melhor lado do povo da Ocidental Praia Lusitana: aventureiros que nunca desistem.

Grandes Portugueses Luís de Camões

Epopeia
Camões escreveu Os Lusíadas sob a forma de narrativa épica ou epopeia, forma muito utilizada na Antiguidade Clássica e que este conhecia bem.
Uma epopeia, forma literária da Antiguidade Clássica, define-se como uma narrativa, estruturada em verso, que narra, através de uma linguagem cuidada, os feitos grandiosos de um herói, com interesse para toda a Humanidade.
Aristóteles, filósofo grego que viveu durante o séc. III a.C. descreveu os requisitos necessários à composição de uma epopeia:
Ao analisarmos Os Lusíadas, e depois de conhecermos os elementos constituintes de uma epopeia, concluímos que Camões segue, em muitos aspectos, o modelo clássico apresentado.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Simbologia dos Números




1 – Simboliza o Ser por excelência, a unidade entre pólos opostos, remetendo, assim, para atotalidade e para a comunhão com o transcendente.
2 – Simboliza a divisão e a dualidade, seja ela a expressão de contrários ou de complementaridade. Resume o grande paradoxo da existência: a vida e a morte.
3 – Remete para a união entre Deus, o Universo e o Homem, representando por isso atotalidadeTese, antítese, síntese. Fases da existência: nascimentovida e morte. Perfeição formal: introdução, desenvolvimento, conclusão.
5 – OrdemEquilíbrioHarmonia e Perfeição.
7 – Período temporal unificante e está por isso associado à ideia de completude de um ciclo. Número mágico que remete para o poder e para o acto de criação.
12 – Remete para a unidade temporal do ano. Está ainda associado aos 12 apóstolos que reflectem por sua vez uma forma diferente de estar no Universo, forma essa pautada pelafidelidade a Cristo, pela fraternidade e pela paz.
 Outros símbolos:
Quinas – Representam as 5 chagas de Cristo – imagem do sofrimento e da redenção dos pecados humanos.
Brasão – Simboliza a formação do reino e o passado inalterável.
Noite – Simboliza a morte e a inércia e implica a hipótese de nascimento.
Mar – Simboliza o masculino. O seu dinamismo associa-se à ideia de conquista etransformação. Mar como reflexo do céu – espelho da vontade divina.


Analise dos poemas

1. Nascimento – 1ª Parte “Brasão”Fundação da nacionalidade, desfile de heróis lendários ou históricos, desde Ulisses a D. Afonso Henriques, D. Dinis ou D. Sebastiao.
2. Realização – 2ª Parte “Mar Português”Poemas inspirados na ânsia do Desconhecido e no esforço heróico da luta com o mar. Apogeu da acção portuguesa dos Descobrimentos, em poemas como “O Infante”, “O Mostrengo”, “Mar Português”.
3. Morte – 3ª Parte “O Encoberto”Morte das energias de Portugal simbolizada no “nevoeiro”; afirmação do sebastianismo representado na figura do “Encoberto”; apelo e ânsia messiânica da construção do Quinto Império.

A estrutura
· A Mensagem está dividida em três partes. Esta tripartição corresponde a três momentos do Império Português: nascimento, realização e morte. Mas essa morte não é definitiva, pois pressupõe um renascimento que será o novo império, futuro e espiritual.


Sebastianismo
· A Mensagem apresenta um carácter profético, visionário, pois antevê um império futuro, não terreno, e ansiar por ele é perseguir o sonho, a quimera, a febre de além, a sede de Absoluto, a ânsia do impossível, a loucura. D. Sebastião é o mais importante símbolo da obra que, no conjunto dos seus poemas, se alicerça, pois, num sebastianismo messiânico e profético.
Quinto Império: império espiritual
· É esta a mensagem de Pessoa: a Portugal, nação construtora do Império no passado, cabe construir o Império do futuro, o Quinto Império. E enquanto o Império Português, edificado pelos heróis da Fundação da nacionalidade e dos Descobrimentos é termo, territorial, material, o Quinto Império, anunciado na Mensagem, é um espiritual. “E a nossa grande raça partirá em busca de uma Índia nova, que não existe no espaço, em naus que são construídas daquilo que os sonhos são feitos… “A Mensagem contém, pois, um apelo futuro”.

Mensagem

Carácter épico-lírico
· A Mensagem é uma obra épico-lírica, pois, como uma epopeia, parte de um núcleo histórico (heróis e acontecimentos da História de Portugal), mas apresenta uma dimensão subjectiva introspectiva, de contemplação interior, característica própria do lirismo.
O mito
· As figuras e os acontecimentos históricos são convertidos em símbolos, em mitos, que o poeta exprime liricamente. “O mito é o nada que é tudo”, verso do poema “Ulisses”, é o paradoxo que melhor define essa definição simbólica da matéria histórica da Mensagem.

A estrutura da obra

Assim, a estrutura da Mensagem, sendo a dum mito numa teoria cíclica, a das Idades, transfigura e repete a história duma pátria como o mito dum nascimento, vida e morte dum mundo; morte que será seguida dum renascimento. Desenvolvendo-a como uma ideia completa, de sentido cósmico, e dando-lhe a forma simbólica tripartida – Brasão, Mar Português, O Encoberto. Que se poderá traduzir como: os fundadores, ou o nascimento; a realização, ou a vida; o fim das energias latentes, ou a morte; essa conterá já em si, como gérmen, a próxima ressurreição, o novo ciclo que se anuncia – o Quinto Império. Assim, a terceira parte, é toda ela cheia de avisos, preenche de pressentimentos, de forças latentes prestes a virem á luz: depois da Noite e Tormenta, vem a Calma e a Antemanhã: estes são os Tempos. E aí sempre perpassarão, com um repetido fulgor, sempre a mesma mas em modelações diversas, a nota da esperança: D. Sebastião, O Desejado, O Encoberto…
É dessa forma, o mítico caos, a noite, o abismo, donde surgirá o novo mundo, “Que jaz no abismo sob o mar que se segue”.

Mensagem, Fernando Pessoa

Mensagem (1934) foi o primeiro e único livro de Fernando Pessoa publicado em sua vida. A obra e uma colectânea de poesias em geral breves concisas, compostas em épocas diferentes. Tem, no entanto, unidade de inspiração percorrendo-a um sopro patriótico de exaltação e de incitamento e um certo equilíbrio arquitectónico. O livro divide-se em três partes: Brasão, que apresenta um conjunto de poemas alusivos a heróis relacionados com a fundação da pátria, desde Ulisses a Sebastião, ora invocados pelo poeta ora definindo-se a si próprios; Mar português no esforço heróico da luta com o Mar; o Encoberto, onde se afirma o sebastianismo de apelo e de certeza profética.
Dum modo geral interioriza, mentaliza a matéria épica integrando-a na corrente subjectiva. Mensagem, cujo título, inicialmente, era Portugal. Encerra trechos, ou versos que já andam nas antologias e na memória dos Portugueses: “Valeu a pena? Tudo vele a pena/ Se a alma nao e pequena.


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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

-INÌCIO DA NARRAÇÃO

Episódio do “Consílio dos Deuses no Olimpo”

O Consílio dos deuses integra o plano paralelo e tem uma função alegórica, servindo para exaltar os feitos dos portugueses e para os engrandecer.
A acção começa num meio avançado e só mais tarde é que se vai contar início em retrospectiva, como é normal numa epopeia. Os portugueses já estavam no Oceano Índico e o tempo estava propício á viagem. Enquanto isso, os Deuses iam-se juntando no Olimpo, convocados por Júpiter, cujo objectivo da assembleia geral era determinar se os portugueses deveriam ou não chegar ao seu tão desejado destino – a Índia.
Quem presidiu a reunião foi Júpiter, o deus de todos os Deuses, e todos eles estavam sentados por escalões desde os mais importantes aos menos importantes.
Júpiter dirige-se então aos Deuses e fala-lhes nos grandes feitos dos portugueses, dizendo que até agora já venceram os Mouros, conquistaram terras aos castelhanos, já para não falar nos feitos antigos que fizeram sempre com fama e glória. Passaram também, muitos sacrifícios no mar e merecem ver a terra desejada. Júpiter faz um pedido, para que os portugueses sejam recebidos em África, que descansem e que encontrem informações sobre a Índia para que possam prosseguir viagem.
Perante o discurso de Júpiter surgem forças apoiantes e forças oponentes. Vénus e Marte apoiam a decisão de Júpiter: Vénus porque gosta dos lusitanos e é-lhes descendente, bem como sabia que estes nunca a iam esquecer, pois os portugueses celebram muito o amor e Marte, ou porque os portugueses mereciam mesmo, ou porque tinha gostado de Vénus. Baco, no entanto discorda com Júpiter, pois tinha muita fama no Oriente e temia ser esquecido.
Finalmente, e após um pequeno discurso de Marte apoiando os Portugueses, Júpiter decide que os Portugueses irão ver terra firme e manda Mercúrios, que rápido como uma seta, vá mostrar terra aos portugueses.
- Estrutura externa
Quanto á estrutura externa, o poema está organizado em dez cantos (I-X), sendo o seu número de estrofes variável. As estrofes são de oito versos (oitavas) e apresentam o seguinte esquema rimático – abababcc. Os versos têm dez sílabas métricas (decassilábicos).

- Estrutura interna
Quanto á estrutura interna, o poema contém quatro partes: a Proposição (onde o poeta anuncia o que vai cantar), a Invocação (onde o poeta pede auxílio ás ninfas do Tejo), a Dedicatória (onde o poeta oferece e dedica o poema a D.Sebastião) e a Narração (onde se relata as acções e acontecimentos)
Da Narração fazem parte três planos narrativos: plano fulcral (plano da viagem de Vasco da Gama), plano paralelo (intervenção dos Deuses) e plano encaixado (História de Portugal). Fazem também parte da narração, episódios que começam e acabam e que se incluem na história maior.



-PROPOSIÇÃO
Na Proposição o poeta expões aquilo de que vai falar, explica o que se propõe fazer.
O sujeito (Camões) vai espalhar (acção) por toda a parte (por onde), cantando (como), os feitos dos Homens ilustres (o quê), as memórias dos reis e todos aqueles que se imortalizaram, porque devido aos seus feitos nunca vão cair no esquecimento. O poeta faz ainda um pedido para que se pare de falar dos Gregos e das navegações de outro povos, pois este irá falar de um povo “mais alto”. Nestas estrofes destaca-se ainda, um herói colectivo – os Portugueses.


-INVOCAÇÃO
Na Invocação o narrador pede ajuda a algo que inventou (as ninfas - tágides do Tejo). Este pede para que tenha um tom digno do povo e dos feitos de que vai falar.
Nestas estrofes, o autor refere ainda as características da epopeia: “elevada, solene, grandiosa, fluente, de grande inspiração” e faz ainda distinção entre poesia épica e poesia lírica, quando se refere á tuba e á flauta, visto que a tuba tem um som mais grave e a flauta um som mais suave e digno deste povo.


-DEDICATÒRIA
Na Dedicatória o narrador elogia o rei, mostrando-lhe o quão grande é o seu império, desde o Oriente até ao Ocidente. Diz-lhe ainda que através dos Lusíadas vai conhecer o povo português.
Camões faz ainda um pedido, para que o rei olhe um pouco para ele que é tão pequeno.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Relatorio da visita de estudo ao Museu Rainha D.Leonor

Introducao

No dia 28 de Outubro de 2010, as turmas G e F do 12 ano realizaram uma visita de estudo ao Museu Rainha D. Leonor em Beja com a Professora Fátima. A visita foi guiada pelo Dr. Leonel António Borrela, a fim de aprofundar os conhecimentos e aprender a identificar características do Renascimento em diferentes formas de expressão artística, e outros objectivos como:
- Desenvolver o espírito critico;
- Contactar com o património cultural da região;
- Aprender a viver juntos;
- Formentar a sensibilidade estética e o gosto pela arte.




Desenvolvimento do relatório
Sobre o museu

O primeiro museu de Beja foi, sem dúvida, representado pelas colecções particulares de Frei Manuel do Cenáculo (1724-1814), o ilustre prelado bejense cujos méritos e zelos de investigador atraíram a esta cidade a atenção do mundo culto de então. A investidura de Cenáculo no arcebispado de Évora ocasionou a mudança de muitos monumentos, de vária espécie, para aquela cidade.

Percurso

Primeiramente, foi-nos mostrado e detalhadamente explicado o capitel romano que fica do lado de fora do museu; de seguida entramos no museu, fomos a igreja. O Dr.Leonel explicou o tipo de arte que estava ali. Vimos logo que havia um púlpito onde os oradores e pregadores discursavam. Ficamos impressionados com os detalhes da parede que era feita de mármores de vários tipos e cores e cada detalhe era introduzido manualmente. Passamos por muitas obras e altares muito antigos e bem trabalhados, como o arco de pedras em volta dele. No caminho vimos outros capiteis romanos, fomos a ultima sala onde havia vários quadros do Renascimento e Barrocos. O quadro que mais me chamou a atenção foi um de barroco e o maior de todos eles. Nele há um homem que esta a ser esfolado vivo, mas, ao contrário do normal ele não apresenta característica facial de medo ou de dor, mas sim de felicidade. O Dr.Leonel explicou-nos que a expressão significava que o homem não receava morrer porque ele sabia que, quando partisse ele iria para o reino dos céus. Na minha opinião, esta foi umas das partes que mais me chamou a atenção.



Conclusão
Segundo a minha opinião a visita foi mais do que eu esperava. Consegui atingir alguns dos objectivos esperados, adquiri alguns conhecimentos sobre o Renascimento. Normalmente eu não tenho muito interesse pela arte, mas consegui encontrar algum interesse pelo mesmo, e na minha opinião acho que deveria haver mais visitas destas, porque a matéria torne-se mais interessante.
Um dos aspectos positivos foi que, (como havia relatado anteriormente) com a visita conseguimos adquirir interesse pela matéria.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Classicismo

Termo cuja utilização se generalizou, ao longo do século XIX, para designar uma tendência estética. O termo classicismo é ainda, sob uma perspectiva histórica mais alargada, tido como abarcando também o barroco e o maneirismo, considerando-se que apenas o Romantismo introduz concepções artísticas radicalmente diferentes. O classicismo toma por modelos as formas, regras e temas da arte da antiguidade greco-romana.
De forma geral, o início do classicismo coincide com o período Renascentista; a recuperação de modelos e valores da cultura antiga greco-latina acompanha o crescimento do interesse pelo humano, estranho à tradição escolástica medieval. A assimilação dos preceitos clássicos foi heterogénea, no tempo e no espaço Em finais do século XVIII, o classicismo renova-se com o neoclassicismo.

Humanismo

Doutrina centrada nos interesses e valores humanos. Num sentido mais restrito, o termo designa também um movimento intelectual europeu do Renascimento, que influenciou a cultura da época nas vertentes literária e artística. Caracterizou-se pela valorização do espírito humano e por uma atitude crescentemente individualista, a par de um grande interesse pela redescoberta das obras artísticas e literárias da antiguidade clássica. Estabeleceu-se então o ideal do homem renascentista, que deveria ser simultaneamente um poeta, um erudito e um guerreiro.
Nesta acepção, o humanismo teve origem nos estudos literários levados a cabo nos séculos XIII e XIV por homens de letras como Petrarca. Na época, o humanismo ganhou maior peso com os estudos de textos literários do passado, resultando na redescoberta, para o ocidente, do grande acervo da literatura grega clássica. Em Portugal o humanismo atingiu o seu ponto alto no século XVI, fomentado pela universidade e, sobretudo, pela criação, em Coimbra, do Colégio das Artes (1548).

Renascimento

Movimento cultural que se desenvolveu na Europa ao longo dos séculos XV e XVI, com efeitos nas artes, nas ciências e em outros ramos da actividade humana. As cidades italianas foram pioneiras neste movimento intelectual.
No centro da transformação intelectual renascentista encontra-se a passagem de uma mentalidade teocêntrica (que colocava Deus no centro da reflexão humana) a uma mentalidade antropocêntrica (que via o homem como centro). Esta proposta correspondia a um reconhecimento e a uma crença optimista nas capacidades e no valor do ser humano, contrapondo-se à visão medieval do mundo.
O termo Renascimento está ligado ao facto de, neste período, os eruditos europeus terem voltado a sua atenção para as grandes obras da antiguidade clássica, que acreditavam terem sido esquecidas durante a Idade Média. Nelas encontravam as raízes das questões básicas que pretendiam responder alguns dos seus problemas. As obras clássicas eram também modelo para as obras que pretendiam criar.
Em Portugal, a difusão do humanismo foi fomentada pelo envio de bolseiros a outros pontos da Europa e pela vinda de estrangeiros a Portugal, apesar da difusão dos ideais renascentistas ter sido dificultada pela Inquisição, instituída em Portugal em 1537.

Bibliografia

Camões
Biografia de Luis Vaz de Camões, principal obra Os Lusíadas, antologia poética,
 literatura portuguesa, vida de Camões e obras de Camões.
BIBLIOGRAFIA
  • Fonseca, Gondin da, Camões e Miraguarda / a biografia de Camões de maior tiragem no mundo / 1962 Fulgor
  • Camões, Luis de, Os Lusíadas / antologia / 1999 Ateliê
  • Camões, Luis de, Sonetos de Camões / sonetos, redondilhas e gêneros maiores / 1998 Ateliê
  • Camões, Luís de, Os Lusíadas / 1999 Ática
  • Camões, Luís de, Lírica / redondilhas e sonetos / 1998 Ediouro
  • Camões, Luís de, Sonetos de amor / 2000 Landy
  • Paiva, José Rodrigues de, Celebrando Camões / 2001 Associação de Estudos Portugueses Jordão Emerenciano
  • Orico, Osvaldo, Camões e Cervantes / semelhanças da vida e dessemelhanças da obra / 2000 Academia Brasileira de Letras / Topbooks
  • Leal, Gomes, A Fome de Camões / e outros destinos poéticos / 1999 Assírio & Alvim
  • Cavalcante, Moema. Por mares muito antes navegados / a tradição de Camões na poesia colonial brasileira / 2001 Ed. da ULBRA

Luis de Camoes resumo

Poeta Portugues, filho de Simao Vaz de Camoes e de Ana de Sa e Macedo, Luis Vaz de Camoes, estudou Literatura e Filosofia em Coimbra, tendo tido como protector o seu tio paterno.
Depois de regressado a Lisboa, foi preso, em 1552, em consequencia de uma rixa com um funcionario da Corte, e metido na cadeia do tronco.
Na India, parece nao ter sido feliz. Goa decepcionou-o, como se pode ler no soneto "Ca nesta babilonia donde mana". Tomou parte em varias expedicoes militares e, numa dela, no Cabo Guardafui, escreveu uma das mias belas cancoes: JUnto dum seco, fero e esteril monte.Voltou a Goa, naufragou na viagem na foz do Rio Mecom, mas salvou se, nadando com um bracoe erguendo com o outro, acima das vagas.A esta faticia morte dedicou os famosos sonetos do ciclo Dinamene entre os quais se destaca Ah! Minha Dinamente! assim deixaste.
Em 1959, apos 16 anos de desterro, regressou a Lisboa, tendo os seus amigos pago as dividas e comprado passaporte. So tres anos mais tarde conseguiu obter a publicacao da primeira edicao de Os Lusiadas que lhe valeu de D,Sebastiao a quem era dedicado.
Os ultimos anos de Camoes foram amarguraos pela doenca e pela miseria.O certo e que morreu a 10 de junho de 1580, sendo o seu enterro feito a expensas de uma instituico de beneficienciz, a compahia dos cortesaos.Camoes tera sido de facto um homem determinado, humanista, pensador, viajado,aventureiro, experiente, que se deslumbrou com a descoberta de novos mundos e de "Outro ser civilizacional".A 10 de junho, comemora-se o Dia de Camoes, de Portugal e das Comunidades Portuguesas.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Qualidade de vida e respeito ao meio



QUALIDADE DE VIDA E RESPEITO AO MEIO AMBIENTE
O desmatamento, o desperdício de água e a produção excessiva de lixo são alguns dos problemas mais graves enfrentados pela humanidade. Cuidar do meio ambiente deve fazer parte de nosso dia-a-dia.


SUGESTÕES DE AÇÕES:
Fazer campanhas de uso racional de água e energia.
Plantar árvores nas ruas é muito importante, porém é preciso pedir licença à prefeitura e aos moradores.
Implementar a coleta seletiva nas escolas, no condomínio ou no bairro e divulgar o benefício de produtos biodegradáveis ou recicláveis.
Realizar mutirões de limpeza e rearborização de praças, rios e lagos.
Contribuir com a limpeza da cidade, praticando ações simples como não acumular lixo em casa, ruas, terrenos, praias, rios e mares. Não jogar lixo pela janela.
Não fumar em ambientes públicos fechados.
Utilizar a água que sobrou da chaleira, do cozimento de ovos e da lavagem de vegetais para aguar plantas. Armazenar água da chuva, em recipientes fechados, para lavar carros e calçadas, economizando água – recurso natural limitado – nas ações cotidianas.
Diminuir o uso de energia elétrica entre 6 e 9 horas da noite. Desligar aparelhos que não estão sendo usados, economizando e evitando a falta de energia elétrica.
Economizar papel. Imprimir apenas documentos importantes e procurar usar os dois lados da folha. O verso de uma folha pode ser usado como rascunho, bloco de recados ou para os desenhos das crianças.
Participar de ações de preservação e defesa de mangues, rios e mares.
Participar de projetos sociais para construção de cisternas e casas com esgotamento sanitário para famílias de baixa renda, em áreas urbanas ou rurais.
Incentivar o uso de sacolas reutilizáveis para compras.
Incentivar o uso de produtos feitos com material reciclado.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Reflecao

Com a realização deste trabalho, conclui-se que Fernando Pessoa foi um grande poeta dos inícios do século XX.
Partiu para África do Sul muito cedo permitindo-lhe aprender e cultivar muito bem a língua inglesa. Trabalhou e colaborou em várias revistas. Delas são exemplo as revistas “Athena”, “Orpheu” e “Presença”.
Através de amigos que viviam no estrangeiro mantinha contacto com o que se passava na Europa, tornando-se adepto de uma nova corrente artística que se tentava infiltrar em Portugal – o Modernismo. Pessoa foi um dos grandes impulsionadores do Modernismo em Portugal, tendo colaborado com vários artigos difusores das ideias modernas para várias revistas.
Homem de grande pluralidade e densidade psicológica  Pessoa era capaz de se “subdividir” em várias personalidades completamente diferentes da sua, os heterónimos. Deles destacam-se Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro (“O Mestre”). Cada  um tinha uma maneira completamente distinta de escrever, tendo despertado grande curiosidade  e levando muitos especialistas a estudar Pessoa. Isto também porque como a sua obra permaneceu em grande parte inédita não permitiu o seu estudo pormenorizado. A sua obra está traduzida em várias línguas e pode ser dividida em duas grandes categorias – ortónima e heterónima.

Não sei quantas almas tenho





O poeta confessa a sua desfragmentação em múltiplos “eus”, revelando a sua dor de pensar, porque esta divisão provém do facto de ele intelectualizar as emoções; a sucessiva mudança leva-o a ser estranho de si mesmo (não reconhece aquilo que escreveu); metáfora da vida como um livro: lê a sua própria história (despersonalização, distancia-se para se ver).

Análise do Poema “CHOVE” , de Fernando Pessoa

CHOVE. É dia de Natal. A
Lá para o Norte é melhor: B
Há a neve que faz mal, A
E o frio que é ainda pior. B


E toda a gente é contente C
Porque é dia de o ficar. D
Chove no Natal presente. C
Antes isso que nevar. D


Pois apesar de ser esse E
O Natal da convenção,  F
Quando o corpo me arrefece E
Tenho frio e Natal não. F


Deixo sentir a quem quadra G
E o Natal de quem o fez, H
Pois se escrevo ainda outra quadra G
Fico gelado dos pés. H


Fernando Pessoa
(25-12-1930)




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A Análise


O poema “Chove” de Fernando Pessoa, apesar de pertencer cronologicamente ao Modernismo português, cujo ideal é quebrar regras com a tradição formal, apresenta-se com forma fixa de quatro estrofes, cada uma contendo quatro versos (quadras – característica da poética de Fernando Pessoa o uso de quadras como predominância), divididos em sete sílabas poéticas (redondilho maior). Além disso, possui rimas alternadas (ABAB – CDCD – EFEF - GHGH) e há a predominância de rimas ricas.


Do ponto de vista semântico, o “eu-lírico” diz que chove no dia de Natal e antiteticamente afirma a preferência em achar no Norte o melhor lugar para ficar nesse período, pois lá o frio torna-se pior do que o que já está a sentir (“[...] Lá para o norte é melhor: / Há a neve que faz mal, /E o frio que é ainda pior. [...]” - antítese). Isso porque combinaria mais com o espírito deste “eu-poético” que não concorda com o clima de alegria trazido pelo Natal.


Esse dia deixa as pessoas contentes, pois há a troca de presentes - a palavra “presente” no terceiro verso da segunda estrofe é ambígua, pois pode ser o presente (tempo) ou o presente (substantivo – do ato de presentear). Então, apesar de ser uma convenção a festa natalina, ela torna-se um momento bonito e de alegria que não há espaço para a frieza da neve, pois existe o calor das pessoas que possuem o espírito natalino.


Porém, o “eu-lírico” por não possuir esse calor natalino dentro dele, sente o corpo frio (“[...] Tenho frio e Natal não. [...]” – Elipse do verbo “ter”) e prefere optar em terminar o poema à não acrescentar outra quadra – metapoema - uma vez que no verso “[...] Pois se escrevo ainda outra quadra [...]” o “eu” que fala comenta, no poema, sobre o próprio fazer poético. Faz isso, pois, com o frio que diz sentir, não há, portanto, possibilidade de dar continuidade ao texto.


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Conclusão


Esse poema, portanto, mostra características da poética de Fernando Pessoa como a utilização de quartetos, a métrica de sete versos (em redondilho maior) e uma linguagem simples, porém de forma bem trabalhada. Além disso, mesmo através de um humor negro, conforme o penúltimo verso, há presente no texto um dos temas de sua poética que é a metapoesia.