terça-feira, 26 de outubro de 2010

Classicismo

Termo cuja utilização se generalizou, ao longo do século XIX, para designar uma tendência estética. O termo classicismo é ainda, sob uma perspectiva histórica mais alargada, tido como abarcando também o barroco e o maneirismo, considerando-se que apenas o Romantismo introduz concepções artísticas radicalmente diferentes. O classicismo toma por modelos as formas, regras e temas da arte da antiguidade greco-romana.
De forma geral, o início do classicismo coincide com o período Renascentista; a recuperação de modelos e valores da cultura antiga greco-latina acompanha o crescimento do interesse pelo humano, estranho à tradição escolástica medieval. A assimilação dos preceitos clássicos foi heterogénea, no tempo e no espaço Em finais do século XVIII, o classicismo renova-se com o neoclassicismo.

Humanismo

Doutrina centrada nos interesses e valores humanos. Num sentido mais restrito, o termo designa também um movimento intelectual europeu do Renascimento, que influenciou a cultura da época nas vertentes literária e artística. Caracterizou-se pela valorização do espírito humano e por uma atitude crescentemente individualista, a par de um grande interesse pela redescoberta das obras artísticas e literárias da antiguidade clássica. Estabeleceu-se então o ideal do homem renascentista, que deveria ser simultaneamente um poeta, um erudito e um guerreiro.
Nesta acepção, o humanismo teve origem nos estudos literários levados a cabo nos séculos XIII e XIV por homens de letras como Petrarca. Na época, o humanismo ganhou maior peso com os estudos de textos literários do passado, resultando na redescoberta, para o ocidente, do grande acervo da literatura grega clássica. Em Portugal o humanismo atingiu o seu ponto alto no século XVI, fomentado pela universidade e, sobretudo, pela criação, em Coimbra, do Colégio das Artes (1548).

Renascimento

Movimento cultural que se desenvolveu na Europa ao longo dos séculos XV e XVI, com efeitos nas artes, nas ciências e em outros ramos da actividade humana. As cidades italianas foram pioneiras neste movimento intelectual.
No centro da transformação intelectual renascentista encontra-se a passagem de uma mentalidade teocêntrica (que colocava Deus no centro da reflexão humana) a uma mentalidade antropocêntrica (que via o homem como centro). Esta proposta correspondia a um reconhecimento e a uma crença optimista nas capacidades e no valor do ser humano, contrapondo-se à visão medieval do mundo.
O termo Renascimento está ligado ao facto de, neste período, os eruditos europeus terem voltado a sua atenção para as grandes obras da antiguidade clássica, que acreditavam terem sido esquecidas durante a Idade Média. Nelas encontravam as raízes das questões básicas que pretendiam responder alguns dos seus problemas. As obras clássicas eram também modelo para as obras que pretendiam criar.
Em Portugal, a difusão do humanismo foi fomentada pelo envio de bolseiros a outros pontos da Europa e pela vinda de estrangeiros a Portugal, apesar da difusão dos ideais renascentistas ter sido dificultada pela Inquisição, instituída em Portugal em 1537.

Bibliografia

Camões
Biografia de Luis Vaz de Camões, principal obra Os Lusíadas, antologia poética,
 literatura portuguesa, vida de Camões e obras de Camões.
BIBLIOGRAFIA
  • Fonseca, Gondin da, Camões e Miraguarda / a biografia de Camões de maior tiragem no mundo / 1962 Fulgor
  • Camões, Luis de, Os Lusíadas / antologia / 1999 Ateliê
  • Camões, Luis de, Sonetos de Camões / sonetos, redondilhas e gêneros maiores / 1998 Ateliê
  • Camões, Luís de, Os Lusíadas / 1999 Ática
  • Camões, Luís de, Lírica / redondilhas e sonetos / 1998 Ediouro
  • Camões, Luís de, Sonetos de amor / 2000 Landy
  • Paiva, José Rodrigues de, Celebrando Camões / 2001 Associação de Estudos Portugueses Jordão Emerenciano
  • Orico, Osvaldo, Camões e Cervantes / semelhanças da vida e dessemelhanças da obra / 2000 Academia Brasileira de Letras / Topbooks
  • Leal, Gomes, A Fome de Camões / e outros destinos poéticos / 1999 Assírio & Alvim
  • Cavalcante, Moema. Por mares muito antes navegados / a tradição de Camões na poesia colonial brasileira / 2001 Ed. da ULBRA

Luis de Camoes resumo

Poeta Portugues, filho de Simao Vaz de Camoes e de Ana de Sa e Macedo, Luis Vaz de Camoes, estudou Literatura e Filosofia em Coimbra, tendo tido como protector o seu tio paterno.
Depois de regressado a Lisboa, foi preso, em 1552, em consequencia de uma rixa com um funcionario da Corte, e metido na cadeia do tronco.
Na India, parece nao ter sido feliz. Goa decepcionou-o, como se pode ler no soneto "Ca nesta babilonia donde mana". Tomou parte em varias expedicoes militares e, numa dela, no Cabo Guardafui, escreveu uma das mias belas cancoes: JUnto dum seco, fero e esteril monte.Voltou a Goa, naufragou na viagem na foz do Rio Mecom, mas salvou se, nadando com um bracoe erguendo com o outro, acima das vagas.A esta faticia morte dedicou os famosos sonetos do ciclo Dinamene entre os quais se destaca Ah! Minha Dinamente! assim deixaste.
Em 1959, apos 16 anos de desterro, regressou a Lisboa, tendo os seus amigos pago as dividas e comprado passaporte. So tres anos mais tarde conseguiu obter a publicacao da primeira edicao de Os Lusiadas que lhe valeu de D,Sebastiao a quem era dedicado.
Os ultimos anos de Camoes foram amarguraos pela doenca e pela miseria.O certo e que morreu a 10 de junho de 1580, sendo o seu enterro feito a expensas de uma instituico de beneficienciz, a compahia dos cortesaos.Camoes tera sido de facto um homem determinado, humanista, pensador, viajado,aventureiro, experiente, que se deslumbrou com a descoberta de novos mundos e de "Outro ser civilizacional".A 10 de junho, comemora-se o Dia de Camoes, de Portugal e das Comunidades Portuguesas.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Qualidade de vida e respeito ao meio



QUALIDADE DE VIDA E RESPEITO AO MEIO AMBIENTE
O desmatamento, o desperdício de água e a produção excessiva de lixo são alguns dos problemas mais graves enfrentados pela humanidade. Cuidar do meio ambiente deve fazer parte de nosso dia-a-dia.


SUGESTÕES DE AÇÕES:
Fazer campanhas de uso racional de água e energia.
Plantar árvores nas ruas é muito importante, porém é preciso pedir licença à prefeitura e aos moradores.
Implementar a coleta seletiva nas escolas, no condomínio ou no bairro e divulgar o benefício de produtos biodegradáveis ou recicláveis.
Realizar mutirões de limpeza e rearborização de praças, rios e lagos.
Contribuir com a limpeza da cidade, praticando ações simples como não acumular lixo em casa, ruas, terrenos, praias, rios e mares. Não jogar lixo pela janela.
Não fumar em ambientes públicos fechados.
Utilizar a água que sobrou da chaleira, do cozimento de ovos e da lavagem de vegetais para aguar plantas. Armazenar água da chuva, em recipientes fechados, para lavar carros e calçadas, economizando água – recurso natural limitado – nas ações cotidianas.
Diminuir o uso de energia elétrica entre 6 e 9 horas da noite. Desligar aparelhos que não estão sendo usados, economizando e evitando a falta de energia elétrica.
Economizar papel. Imprimir apenas documentos importantes e procurar usar os dois lados da folha. O verso de uma folha pode ser usado como rascunho, bloco de recados ou para os desenhos das crianças.
Participar de ações de preservação e defesa de mangues, rios e mares.
Participar de projetos sociais para construção de cisternas e casas com esgotamento sanitário para famílias de baixa renda, em áreas urbanas ou rurais.
Incentivar o uso de sacolas reutilizáveis para compras.
Incentivar o uso de produtos feitos com material reciclado.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Reflecao

Com a realização deste trabalho, conclui-se que Fernando Pessoa foi um grande poeta dos inícios do século XX.
Partiu para África do Sul muito cedo permitindo-lhe aprender e cultivar muito bem a língua inglesa. Trabalhou e colaborou em várias revistas. Delas são exemplo as revistas “Athena”, “Orpheu” e “Presença”.
Através de amigos que viviam no estrangeiro mantinha contacto com o que se passava na Europa, tornando-se adepto de uma nova corrente artística que se tentava infiltrar em Portugal – o Modernismo. Pessoa foi um dos grandes impulsionadores do Modernismo em Portugal, tendo colaborado com vários artigos difusores das ideias modernas para várias revistas.
Homem de grande pluralidade e densidade psicológica  Pessoa era capaz de se “subdividir” em várias personalidades completamente diferentes da sua, os heterónimos. Deles destacam-se Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro (“O Mestre”). Cada  um tinha uma maneira completamente distinta de escrever, tendo despertado grande curiosidade  e levando muitos especialistas a estudar Pessoa. Isto também porque como a sua obra permaneceu em grande parte inédita não permitiu o seu estudo pormenorizado. A sua obra está traduzida em várias línguas e pode ser dividida em duas grandes categorias – ortónima e heterónima.

Não sei quantas almas tenho





O poeta confessa a sua desfragmentação em múltiplos “eus”, revelando a sua dor de pensar, porque esta divisão provém do facto de ele intelectualizar as emoções; a sucessiva mudança leva-o a ser estranho de si mesmo (não reconhece aquilo que escreveu); metáfora da vida como um livro: lê a sua própria história (despersonalização, distancia-se para se ver).

Análise do Poema “CHOVE” , de Fernando Pessoa

CHOVE. É dia de Natal. A
Lá para o Norte é melhor: B
Há a neve que faz mal, A
E o frio que é ainda pior. B


E toda a gente é contente C
Porque é dia de o ficar. D
Chove no Natal presente. C
Antes isso que nevar. D


Pois apesar de ser esse E
O Natal da convenção,  F
Quando o corpo me arrefece E
Tenho frio e Natal não. F


Deixo sentir a quem quadra G
E o Natal de quem o fez, H
Pois se escrevo ainda outra quadra G
Fico gelado dos pés. H


Fernando Pessoa
(25-12-1930)




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A Análise


O poema “Chove” de Fernando Pessoa, apesar de pertencer cronologicamente ao Modernismo português, cujo ideal é quebrar regras com a tradição formal, apresenta-se com forma fixa de quatro estrofes, cada uma contendo quatro versos (quadras – característica da poética de Fernando Pessoa o uso de quadras como predominância), divididos em sete sílabas poéticas (redondilho maior). Além disso, possui rimas alternadas (ABAB – CDCD – EFEF - GHGH) e há a predominância de rimas ricas.


Do ponto de vista semântico, o “eu-lírico” diz que chove no dia de Natal e antiteticamente afirma a preferência em achar no Norte o melhor lugar para ficar nesse período, pois lá o frio torna-se pior do que o que já está a sentir (“[...] Lá para o norte é melhor: / Há a neve que faz mal, /E o frio que é ainda pior. [...]” - antítese). Isso porque combinaria mais com o espírito deste “eu-poético” que não concorda com o clima de alegria trazido pelo Natal.


Esse dia deixa as pessoas contentes, pois há a troca de presentes - a palavra “presente” no terceiro verso da segunda estrofe é ambígua, pois pode ser o presente (tempo) ou o presente (substantivo – do ato de presentear). Então, apesar de ser uma convenção a festa natalina, ela torna-se um momento bonito e de alegria que não há espaço para a frieza da neve, pois existe o calor das pessoas que possuem o espírito natalino.


Porém, o “eu-lírico” por não possuir esse calor natalino dentro dele, sente o corpo frio (“[...] Tenho frio e Natal não. [...]” – Elipse do verbo “ter”) e prefere optar em terminar o poema à não acrescentar outra quadra – metapoema - uma vez que no verso “[...] Pois se escrevo ainda outra quadra [...]” o “eu” que fala comenta, no poema, sobre o próprio fazer poético. Faz isso, pois, com o frio que diz sentir, não há, portanto, possibilidade de dar continuidade ao texto.


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Conclusão


Esse poema, portanto, mostra características da poética de Fernando Pessoa como a utilização de quartetos, a métrica de sete versos (em redondilho maior) e uma linguagem simples, porém de forma bem trabalhada. Além disso, mesmo através de um humor negro, conforme o penúltimo verso, há presente no texto um dos temas de sua poética que é a metapoesia.